quinta-feira, 18 de junho de 2009

BR - 230

O senado brasileiro é algo adimirável... para começar pela ilustre figura do presidente, José Sarney. Como foi que isso foi acontecer?! eu me pergunto sempre que eu vejo TV, Denovo?!?! eu me pergunto sempre que vejo aquele bigode.
Como é que no senado, onde já se proibiu o nepotismo, o presidente (que por sinal tem duas sobrinhas e um neto empregados lá dentro sem terem passado por concurso público, sendo que uma das sobrinhas mora na Espanha!) vem dizer que ele não tem nada a ver com crise do senado?! Com aquele monte de rugas na testa e um moustache mais velho que eu o cara tem a cara de pau de, assim como uma criança que acabou de fazer algo errado, balançar a cabeça e levantar as mãozinhas dizendo "não fui eu".
O período militar no Brasil foi algo grotesco, não temos como negar a incrível melhora da política do país ao se tornar uma democracia. Foi uma grande vitória para o pais mesmo com o "Moustache" assumindo a presidência da república em um episódio digno de muitas teorias de conspiração que podem até ser verdade (algumas)...
Muitos dizem que ele foi importante para o Brasil pois ele manteve a democracia e etc. assim como muitos dizem que o Maluf foi importante para São Paulo, no entanto, qualquer outro político poderia ter feito todas as obras que o Maluf fez e não ter roubado nada, ou mais realisticamente falando, roubado menos.
Vem então o presidente Lula (outro sucesso contestável na nossa democracia, que na minha opinião foi "dos males o menor") dizer (e laiá) que o Sarney não pode ser tratado como qualquer um, e ainda criticou o "denuncismo".
MEU! COMO ASSIM?!?!?!
Se há uma montanha de denúncias sendo feitas, é porque há uma montanha de coisas para serem denunciadas.
Se o Sarnento não será tratado como uma pessoa comum é em parte (pequena essa parte) pela sua "importância" histórica e em parte (essa muito, mas muito mesmo, maior) pelo fato de ele ser rico, senador e presidente do senado (é, eu sei que senador rico é um pleonasmo).
O que sei também é que o nosso país tem uma constituição que, em algumas partes, tem umas letrinhas pequenas (iguais aquelas das propagandas) que dizem "foto meramente ilustrativa". Pois é, tal constituição diz que somos todos iguais perante a lei, ou seja, somos todos pessoas comuns. Acho que nesse pedaço tem aquelas letrinhas né?!

No mais, o senado brasileiro é como uma Big Band, onde cada senador toca a música que quer, no andamento e na tonalidade que quer, e nós, que somos o Público, tampamos nossos ouvidos e assistimos ao espetáculo. Ainda bem que, assim como as leis desse país, os tampões de ouvido não funcionam direto e já tem agumas pessoas começando a se encomodar com a balbúrdia.

Às vezes tenho vontade de ir até o senado na hora do rush, trancar todo mundo lá dentro e tocar fogo nele. Mas quando o nervosismo passa e eu penso direito, vejo que não adiantaria nada... mesmo porque a maioria dos senadores e de seus acessores não estariam lá dentro na hora do rush, além do mais, quem é que trabalha na hora do rush? Ah, você trabalha? É, eu também... foi mal.

Vamos pensar que há tres categorias de aprendizado:
-A primeira se resume à tentativa e ao acerto. Aprende-se então que a tentativa é correta. O indivíduo que tentou é extremamente competente.
-A segunda seria a sucessão de tentativas e erros até que se acerte o objetivo. O indivíduo que tentou é capaz de aprender.
-A terceira é quando um indivíduo faz uma tentativa e erra e um segundo indivíduo que o observa, entende, e então executa uma tentativa e acerta. O segundo indivíduo é inteligente ao ponto de aprender com o outro.
De cara posso dizer que o povo brasileiro não se enquadra na 1a, uma vez que o Sarney já foi até presidente da república. Agora que ele é presidente do senado, posso dizer também que não nos enquadramos na 3a, pois temos e tivemos a oportunidade de olhar para trás e ver os erros dos passado mas mesmo assim escolhemos os mesmos erros.
Por fim, não posso dizer também, com a certeza da eliminação das outras categorias, que nós nos enquadramos na 2a, isso porque não dá para saber se algum dia ainda acertaremos. A certeza que se tem, ao observar o poder político do país, é que erramos, e só erramos. Apesar desse pessimismo todo, ainda posso dizer que sou otimista a ponto de torcer para que acertemos algum dia, isso significaria também que somos capazes de aprender, que bom né?

Só para deixar mais claro, a BR - 230 é conhecida como Transamargura e Transmiseriana na região norte do país, mas o pessoal que está mais longe, lá em brasília, insiste em chamá-la de Transamazônica... lá vamos nós denovo cometer os mesmos velhos erros de novo! DENOVO?! é... denovo.

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